O que a água consegue transportar é porque é leve (em função do volume do caudal). Ninguém leva o que seja demasiadamente pesado e fora do alcance da sua força/capacidade.
Kyambata mema kyalenge.
Sabedora Ambundu (Lubolu)
Recuos e Avanços... para compreender o presente...
O que a água consegue transportar é porque é leve (em função do volume do caudal). Ninguém leva o que seja demasiadamente pesado e fora do alcance da sua força/capacidade.
Kyambata mema kyalenge.
Sabedora Ambundu (Lubolu)
Mukwata bulu/ndimba munwa mema!"
Ao procurar agarrar a lebre sacia-se a sede!
Kyabange mukwenu bangakyo. Lwimbi lwa muxima lwayba!
A tirada é antiga, mas foi levada à música pelo folclorista Disbunda.
Em sentido literal, transmite-nos a ideia de que "aquilo que foi (bem feito) pelos outros deves fazê-lo também. Ou seja, copie e replique os bons exemplos dos outros em vez de invejá-los.
"Bate na árvore (dura) que o tronco amortece o impacto".
Mais ou menos palavras, o sentido do aforismo é aproximado a este.
Usa-se quando se quer afastar o mal ou se pretende que o mal não se aproxime de nós.
Que tal se todas as pragas e males fossem desviados para as árvores que os encaixariam e sofreriam em vez de nós?
Do aparentemente nada, secou a minha romãzeira. Há uns dez anos, também do aparentemente nada, secara uma jaqueira.
Omuzwa walungu nyi mako, owsaka nyi inama!
Recitado pelo músico folclórico Disbunda, na canção "Kaleya"
Literalmente, a nassa/muzwa que armas com as mãos deves recolhê-la com os pés.
Por que razão? A planta dos pés é mais forte e resistente a picadas do que as mãos. O artefacto pode conter caranguejos por dentro.
Sentido real: O adágio tem várias aplicações. Uma delas é o apelo à precaução.
Mwali umuthu kawli sanji usaw!
Literalmente, significa que duas pessoas não comem galinha sem sal.
Imagine que em posse a ave, descubram que não há sal para temperar a comida. Enquanto um depena e prepara a carne, a outra faz diligências para encontrar sal ou buscar por uma erva que faça a vez do sal
O aforismo assemelha-se a "mão e mão uma lava a outra", ou seja: duas cabeças, duas ideias, duas acções.
O músico folclórico Disbunda, na música "kaleia", recita: ikemba ngulungu manyanga akweka kudizo!
Significa, literalmente, que, enquanto o veado brinca, os caçadores afinam os dentes.
O aforismo leva-nos a olhar para muitas situações adversas.
No contexto da letra da música "kaleya" e a aludida prisão que o personagem fora submetido, significa que enquanto brilhas os adversários/invejosos preparam motivos para te prejudicarem. Há outras acepções em que a tirada filosófica é aplicada.
Literalmente: "A branquice alheia pode impedir-te de comer rato".
Cada um com sua cultura, seus hábitos e costumes. Costumes alheios podem desligar-te da tua origem e essência!
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Recitado por: António Martins, Hebo 24.08.24
"Obâ Kwa'Kulu, so obâ Kwa'Basa!
Estávamos em uma reunião familiar sobre duas sobrinhas que serão pedidas simultaneamente. A dado momento, quando notámos que as datas coincidiam e as manas pareciam procurar justificar "quem casa primeiro", a minha mãe, na qualidade de tia e matriarca da família, no seu kimbundu materno, virou-se para o irmão e desfilou um aforismo que passo a traduzir:
"Quando se tem gêmeos, Kalulu e Kabasa, primeiro atende kakulu e depois kabasa. Se tiver Kaxinda, (que se segue aos gêmeos) será a/o terceira/o a ser atendida/o".
Moral: é importante seguir a ordem de precedência!
Bwala kimbanda, udila.
Kibwalê kimbanda, okufa kufa!
Onde haja kimbanda (médico) ainda se chora. Onde não haja, a morte é certa!
Sabedoria ambundu (Lubolu)
A yaya a yaeza (yatoka)?!
No Jangu não se contam somente estórias, contos e anedotas. Há também interpretação de expressões filosóficas. Literalmente, o acima exposto significa (em Pt), uns vão e outros vêm. A expressão assim enunciada, tem uma leitura significativa própria intangível a quem não domine este tipo de conhecimento.
À pergunta "A yaya a yaeza (yatoka)?!", responde-se:
- Mbundu (nevoeiro) ou menya/mema (água).
Num rio, o ciclo de reposição é permanente, não sendo possível separa a água que chegou e a que partiu (vista de um ponto). O mesmo se aplica ao nevoeiro. Por isso, uns podem responder menya/mema e outros mbundu.
Sabedoria ambundu/Lubolu